quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Agosto - Parte 3 (Final)


Me aproximei, lentamente.

Ela levantou-se do banco e sorriu.

E eu quase caí no chão de emoção!

[vinheta do programa Pânico na TV on]

Nooooooossssssaaaa!³

[vinheta off]


Ela era 1000 vezes mais linda do que nas fotos!

Chega a ser desconcertante proferir um mero "oi", o que

dera falar com uma pessoa assim tão garbosa.

Hehehe


E agora vem a parte, digamos, mais vergonhosa (pra mim):


Ela me comprimentou toda simpática e tal, e eu só falei "oi"

e já saí me desculpando pelo atraso,

mas falando mais rápido do que já costumo falar

(tipo locutor de futebol, sacas?!)


Coitada da guria, deve ter até ficado assustada!

Eu parecia um bicho assustado, afoito, parecia uma maluca

recem fugida do hospício! (aiai, que mico)


Nos sentamos no banco e conversamos brevemente,

em seguida ela foi ao banheiro.


Enquanto eu fiquei lá, cuidando, de olho na bagagem dela.

(com todo o respeito, é claro! Hehehe)


Aproveitei aquele tempo para me acalmar e colocar os

pensamentos em ordem.


Ao voltar, ela sentou-se ao meu lado, e eu já estava mais

à vontade em sua presença.


O papo foi desenrrolando melhor, menos tímido.


Tempo depois, chegou um casal aparentando ter

uns 50 e poucos anos de idade,

e passaram a puxar papo conosco.


Eu pouco falava, fiquei observando a conversa,

junto com o tiozinho, enquanto a tiazinha conversava

sobre de onde vieram e para onde iriam.


Aproveitei esse momento de distração para observá-la,

seus trejeitos, maneira de falar, com aquele

sutaque paranaence tão bonitinho!


Nesse momento ocorreram-me 2 pensamentos:


1 - É engraçado, todo sargitariano é sociável.


2 - Nhaaa, ele é tão fofa, nem aparenta a idade que tem....


Parece não ter mais que 16 anos.... Ela parece um anjinho! *----*

(In)Felizmente, minhas feições faciais, que costumam me trair

e demostrar o que sinto ou penso, teve um momento

em que ela olhou para mim de uma forma interrogativa.


Segundo ela, eu estava olhando-a com feições estranhas (o que também

pode ser interpretado como "cara-de-psicótica-tarada" Hehehe).


Não demorou muito e o casal de tiozinhos foram embora no seu respectivo ônibus.

E nós continuamos ali, "pegando um bronze", já que o sol estava

baixando e batia bem nos olhos.


Estávamos com 2 problemas:


1 - O que iríamos fazer com as malas?


2 - Para onde eu a levaria?


Por fim, resolvemos pôr as malas no grarda-malas da rodoviária,

e eu, mesmo incerta, resolvi seguir o plano antigo mesmo, que era levá-la

para conhecer os pontos alguns turísticos de Porto Alegre.


Às 17:30, já estávamos do lado de fora da rodoviária, em contato com o barulho,

os táxis laranjinhas + o rítimo frenético e os mais de 30º da capital.

Passamos por muitos lugares legais, entre eles os meus favoritos:

o Viaduto da Borges de Medeiros, o Gasômetro (na orla do Rio Guaíba)

e a Casa de Cultura Mário Quintana. Esse último em especial, tem um jardim

com diversas espécies de plantas.


"É o meu lugar favorito no mundo inteiro!"


Como costumo dizer.


Levei-a lá, pois além de amar o local, há algum tempo atras, fiz uma promessa

a mim mesma no dia em que estive pela primeira vez lá, aos 14 pra 15 anos

(hoje em dia tenho 17 anos).


Prometi que por amar tanto o jardim, iria apresentá-lo para alguém especial,

para a pessoa que eu estivesse amando.


Infelizmente não deu para levá-la para ver o crânio de cerca de 2 milhões de anos,

pois o Museu Júlio de Castilhos estava fechado.


Mas em compenssação, estava tendo alguma programação especial no Gasômetro,

estavam tendo apresentações de danças e coisas do gênero.

Nossa, foi perfeito!


A música ao fundo, as luzes laranjas (à mercúrio) dos póstes próximos, a leve brisa de início de

noite, o céu límpido, coberto de estrelas....


Bom.... Resumindo levemento o post para não ficar quilométrico, estava tudo perfeito!

Até que tivemos que voltar, pois o bus dela saíria às 20:30.


A hora de se despedir foi a pior, realmente não queria que ela fosse embora.

Ao nos despedirmos, a abraçei forte e disse:


"Vou sentir a tua falta!"


E realmente sentiria, já estava sentindo desde aquele instante.

Foi tão bom aquele abraço, não queria que acabasse nunca, mas infelizmente

tive que soltá-la, pois seu bus estava se preparando para partir.


Antes de ir, ela cantou uma música pra mim, que daquele momento em

diante, se tornou a nossa música:



"Cada acorde em seu lugar

Lembra um sorriso,

Mas não quero lembrar

Que a noite vem caindo

Trazendo o teu olhar

Cada palavra que falei

Lembra uma história

Que eu nem mesmo sei

Mas como vento,

vem tão depressa

A verdade é bem mais forte

vou deixar

Que o destino mostre a

Direção

Foi pouco tempo

Mas valeu

Vivi cada segundo

Quero o tempo que passou

Foi pouco tempo

Mas valeu

Vivi cada segundo

Quero o tempo que passou

Cada palavra que falei

Lembra uma história

Que eu nem mesmo sei

Mas como o vento

Vem tão depressa

A verdade

É bem mais forte

Vou deixar

Que o destino mostre a

Direção"


Cidadão Quem - Os Segundos



Ao vê-la partir, senti um grande vazio, era como se um pedaço de mim

tivesse ido junto com ela.


Confesso que assim que o ônibus virou a esquina, começei a chorar.

No trêm voltando para casa, sentada de olhos fechados, fiquei a relembrar

cada palavra, cada segundo daquele dia.



PS 1: "Ela" se chama Cassiane Copercini e tem 19 anos,

apesar de realmente não parecer.



PS 2: Infelizmente, essa foi a primeira e última vez em que

a vi pessoalmente. Pouco tempo depois do dia 29 de Agosto, no final de

Outubro, perdemos o contato. Mas de tempo em tempo

procuro notícias dela, a Cah está bem, morando novamente com os

pais em Francisco Beltrão, Paraná.

Sempre lembrarei dos bons momentos que passamos juntas,

de nossa amizade, da doce menina que me cativou com

o seu jeito de "menina-mulher"....

A segunda garota que me permitia amar nessa vida,

apesar da distância, apesar de tudo....

Nunca a esquecerei!