domingo, 14 de novembro de 2010

Desabafozinho!


Droga, desisto de ti!
Estive todo esse tempo do seu lado,
esperando pacientemente que me desse uma oportunidade,
um sinal, qualquer coisa....
Mas tu estava muito ocupada,
observando essa e aquela guria que passava pela rua,
ou para alguma guria vinda sei lá da onde,
para "estagiar" no seu trampo....

Esperou oito horas por uma guria de quem
teve apenas um beijo rápido e algumas
olhadas durante o que?! Dois ou cinco dias?!

Enquanto eu estava e permanecia ali ao seu lado,
durante o curso todo. Continuei a ir
duas vezes por semana naquele
mesmo prédio antigo, de janelas azuis,
a presenciar um curso que não corresponde
exatamente ao que desejo para o meu futuro profissional.

O faço, pois sei que é o único lugar onde posso te ver,
já que seus horários são tão justos e tu praticamente
vive para as farras e o trabalho....
Não faz idéia de quantas vezes, mesmo cansada
ou com sono, levantava da minha cama,
tomava banho, me arrumava e ao mesmo tempo,
cuidava para não exagerar, para parecer arrumada,
porém, simples....

Isso para que tu não notasse que eu saía do
meu quarto escuro, apenas para saciar minha
saudade de ti. Sufocar aquele sentimento de falta
que quase me arrebentava o coração e,
fazia-o disparar enquanto caminhava lentamente
por aquele corredor friu e de paredes claras.
Observava os granitados do chão e apertava uma mão
na outra de anciedade e, quando dobrava aquele corredor,
encontrando-a logo na curva, um sorriso brotava
em meus lábios quase que imediatamente,
sincero e irritantemente delator.

Por isso, ao em vez de dizer apenas "Oi",
"Boa tarde" ou "Eai, beleza?", eu sempre dizia
"Eai criatura!" ou "Eai coisa disléxica!".
Realmente, eu ficava muito nervosa logo que te via e,
em cada milésimo que passava ao seu lado.

Uma coisa interessante que observei há algum
tempo foi que, quando muito nervosa e/ou anciosa,
costumo tentar descontrair com uma piada,
ou com algum apelido bestinha que possa transformar-se
de alguma forma em uma conversa,
já que meu cérebro simplesmente trava quando
estou diante de alguém que gosto muito,
que estou apaixonada. Aé, isso também é algo
que percebi com o tempo, estar apaixonada por ti,
na verdade, percebi acredito que na terceira
semana de curso, durante a segunda aula
que conversávamos.

Eu simplesmente não conseguia
parar de olhar para ti, de observar cada detalhezinho
do seu rosto, cada pontinho colorido nos seus olhos,
seu jeito de ser.... Foi nessa semana também,
que tu me disse que namorava.

Nossa, "meu mundo caiu e me fez ficar assim",
como cantava a Maysa.
Sei que mesmo tentando disfarçar,
ficou óbvio em meu rosto
(muito expressivo, até demais as vezes)
que isso me abalou. Deve ser por isso que
tu nunca mais falou dela, até o dia
em que contou que vocês duas
haviam dado um tempo.

Não que eu goste do sofrimento alheio
(e não sei se realmente haveria sofrimento
de algumas das partes envolvidas),
mas fiquei tão feliz, parecia que essa era a hora certa,
a hora de lutar pelo seu carinho, pelo seu amor.
Infelizmente, sou muito insegura, costumo
achar que "é tudo imaginação minha",
que jamais uma pessoa interessante e por quem
me interesso dará atenção para mim.

Talvez realmente eu estaja certa,
talvez tu nunca viu em mim mais do que
uma amiga e/ou um apoio, já que estava dando
um tempo com sua namorada.
Agora que (acredito que) tenha reatado seu namoro,
espero sinceramente que seja feliz,
que ela não te faça mais sofrer,
assim como espero não sofrer muito
com a falta que tu me fará,
não apenas no curso, como também no espaço
que já é só teu no meu coração e na minha vida.

Se por obséquio, leu tudo isso que escrevi,
por favor, não ria dessa tola que apenas
apaixonou-se incondicionalmente pela amiga
e coléga de curso, apesar de eu ser atrapalhada,
distraída e lunática, te amei e amo de verdade.

Seja feliz pequena, meu doce anjinho de caichos dourados,
Prometo tentar não chorar por ti, apesar de nesse
exato momento ser impossível.
Apesar de tudo, não consigo voltar a
ser negativista e agradeço à Naty e à minha mãe por isso.

Uma prova disso, é que todos os dias costumo
parar em frente a cômoda do meu quarto e
observar por ao menos um minuto
um sapinho verde de porcelana.
Cada vez que olho para ele,
o bichinho parece trocar de fisionomia,
as vezes parace feliz, outras profundamente
triste ou psicótico, otimista ou sapéca.

Acabei de observar o bichinho por minutos a fiu e,
mesmo esforçando-me ao máximo,
não consigo ver refletido em sua carinha a minha tristeza.
Gosto de ver como está o meu humor diáriamente através dele,
pois como disse a minha mãe,
quando lhe comentei sobre as diferentes
"caras e bocas" do sapo, ela comentou que não
era o sapo que "troca de cara" e sim
o meu estado de espírito que está diferente
a cada vez que o vejo e transfiro isso para ele,
o sapo nunca muda, eu sim!

Pois é, o sapo me parece tão otimista
e seguro de um caminho pré-traçado na minha mente,
que não ouso contraria-lo.
Deixo aqui registrado, que o caminho não
será fácil e muito menos será uma avenida reta,
sem curvas ou mão dupla, apenas afirmo que ele
é o que me parece mais seguro no momento,
já que o caminho que trilhei até o momento
tem uma difurcação e cabe apenas a mim
mesma escolher qual caminho seguir....


Que Deus, Alá, Buda, Santa Bárbara,
Uriel e a Deusa guiem meus passos à direção correta!

Muita luz e paz a todos nós!


>> D&D <<