quinta-feira, 5 de setembro de 2024

O Coletivo

  As vezes o caminho que escolhemos é um tanto solitário, porém, como continuar pelo caminho antigo quando esse torna-se insuportável?! É desafiador continuarmos no caminho que o nosso coração aponta quando tudo ao redor parece te puxar para o lado contrário.

Como continuar nas rodinhas de conversas banais, fofocas, conversas sobre a vida de famosos, entre tantos outros assuntos aleatórios e sem utilidade alguma?! É tão desgastante, as vezes, manter uma conversa com algumas pessoas da minha família.

Sei que, enquanto morava com eles e até alguns anos atrás, eu deveria ser exatamente como eles, preocupados com pequenas picuinhas com vizinhos supostamente perseguidores e implicantes, interessados em coisas materialistas e rindo de alguma fala maliciosa e/ou de algo de duplo sentido com forte conotação sexual.

Realmente, a pessoa de quinze anos que começou esses blogs com o intuito de relatar fatos aleatórios de sua vida e de suas descobertas, não é mais a mesma pessoa de hoje em dia. Sei que se passaram quase duas décadas, mas é que já passei por tanta coisa, tanta coisa pesada que nunca escrevi aqui em detalhes sobre por falta de coragem, que não tem mais como eu conseguir ser e viver do jeito que vivia antes.

E ainda bem! Quebrei e colei a cara varias vezes até chegar ao nível de consciência que tenho hoje. É exatamente esse novo eu que se sente sufocado em meio a convivência com o coletivo. Sou muito feliz e grata por, aos poucos, conhecer pessoas que também se sentiam peixes fora dágua em meio à familiares e amigos pelos mesmos motivos.

Assim como eu, não são compreendidas e são chamadas de "santinhas", "trouxas", "quadradas", "puritanas", "certinhas" ou seja lá como for, por não deixarem se envolver com as banalidades do coletivo, suas intrigas, pequenas ou grandes rixas, materialismos e sexolatria. Encontrei pessoas que pensam e sentem o mundo de forma diferente e que, dentro da capacidade de cada um, procuram fazer o seu melhor para a própria reforma íntima, tornando-se assim protagonistas de suas vidas, ao em vez de vítimas do mundo externo.